quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Shhhh

O silêncio mata.
Acho que podemos começar assim... porque é sobre isso que vamos falar agora: sobre morte silenciosa.
Foi silêncio desde o início - em quase todas as situações -, foi silêncio quando tudo o que eu precisava era barulho.
Só se fez som quando foi música.
 E embalou momentos incríveis, deu voz ao que não sabia como se fazer ouvir, mas não bastou.
Eu, que sempre fui uma mistura de ruídos e sons, fui me calando aos poucos, fui empurrando garganta adentro coisas que eu queria gritar, fui me sufocando com tantas palavras que precisavam sair, mas que eu precisei segurar, porque você não as entenderia.
Tantas questões se fizeram nulas, porque as respostas teriam que vir de você, mas você não as diria, porque não achava necessário.
Aprendi com o tempo a respeitar o seu silêncio - constante, duro, preciso-, mas continuei precisando de barulhos, porque é disso que eu sou feita.
Então, assim, sem alarde, te deixo quietinho aí no seu canto e sigo. Não quero te perturbar, por isso tô saindo, é que não dá mais pra me calar.  

sábado, 4 de julho de 2015

Eu quero a sorte...

Desculpa Cazuza, mas não concordo contigo nesse anseio de um amor tranquilo, não vejo sorte nenhuma nisso!
Nunca quis, nem quero esse lance de calmaria no amor, soa azar, não sorte.
Pra mim, amor bom é aquele que tá sempre mudando,se renovando, tomando outras formas, mas sem perder a essência, claro. E não há tranquilidade nas mudanças, elas sempre exigem muito de nós, e isso é lindo: Se permitir!
Me dá arrepios só de imaginar uma vida igual, do início ao fim.
Saber o que vem pela frente, cada passo que será dado, o que será dado e como será recebido... Vixe, que chatice!
Eu quero mesmo é a sorte de um amor-amor, um amor que não pede nada em troca, que me aceita mesmo não me entendendo sempre, que se molda a mim e me faz caber no espaço que ele me dá.
Eu quero a sorte de saber amar.

quinta-feira, 7 de maio de 2015

De castigo.

Tô me sentindo uma criança mimada, e devo isso a você, obrigada!

Não que você faça todas as minhas vontades, longe disso... Mas é que no momento você é a maior delas, o brinquedo que mais tem despertado meu interesse, e é justamente o que eu não posso ter.
É como se todos os outros brinquedos estivessem se atirando aos meus pés, todos ali,ao alcance das mãos, disponíveis pra minha diversão.
Mas eu quero aquele que tá na prateleira mais alta, aquele que me foi vetado por um tempo...talvez por isso eu queira tanto!
A razão pouco importa agora, o importante é que você desça já daí, antes que o encanto acabe.
Ou que eu decida fazer birra e não queira mais brincar com você.

domingo, 3 de maio de 2015

Fast Love

Estamos vivendo na era da agilidade, onde tudo precisa ser rápido e simultâneo, quanto mais prático, melhor!
E isso tem se estendido a tudo, inclusive ás relações... tenho visto muitas amizades que nascem numa noite e amores que surgem num beijo,
é tipo um fast food de sentimentos, quase um delivery de paixões.

domingo, 26 de abril de 2015

Com gelo, por favor!

Assim como uma bebida colorida num copo bonitinho, você atraiu minha atenção.
Me alertaram sobre os efeitos que a ~bebida~ podia causar, mas, como eu sempre tive uma certa "imunidade",
achei que valia o risco.
Provei. O gosto correspondeu ao que meu imaginário produziu diante daquilo que eu via.
Era um gosto forte, intenso, diferente de tudo o que eu já havia provado. Mas era bom.
Dei outro gole  -"Só mais esse"- pensei inocentemente. 
Não com a inocência de quem não sabe o que está fazendo, mas com a inocência de quem acha que conhece e domina todos os seus limites.
Quando me dei conta, já havia tomado metade da garrafa, e cada vez queria mais... só um gole vez ou outra já não satisfazia.
Me peguei pensando: "Vou esconder a garrafa, longe dos meus olhos não desperta minha vontade."
Se você já pensou assim alguma vez, me desculpe, mas não existe recibo maior de descontrole do que esse.
Só então eu percebi que já era tarde, eu estava viciada, e como todo viciado, eu queria uma dose cada vez maior.
Por isso eu tô aqui, admitindo que preciso de ajuda, porque eu sei que não posso me entregar ao vício ignorando os riscos, há muito em jogo pra se perder por uma ~garrafa atoa de uma bebida colorida qualquer~.
Mesmo que isso seja tudo o que eu quero no momento: me embriagar completamente, tomar um porre de você.
Mas é que depois do porre vem a ressaca... pra ela eu ainda não tô preparada.
Ainda não inventaram engov pro coração, e por mais que eu vomite no dia seguinte, você não vai sair totalmente de mim tão fácil assim.
Então agora eu sigo desse jeito, como um AA, dia após dia, vencendo a vontade do próximo gole.
Tô limpa, por hoje.

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Lendou.

Ela te avisou pra você não chegar tão perto assim, acho que já previa a bagunça que você faria.
É que ela conhece seu dom de tirar dela toda a racionalidade, só de passar os dedos em seu rosto,
E isso não parece seguro... Ela precisa ser racional o suficiente pra não ceder -sempre- aos seus encantos.
Você parece que estudou cada gesto dela durante toda a sua vida, tamanha eficiência que tem em se adiantar a eles.
Sabe fazer exatamente aquilo que precisa ser feito, do jeito que tem que ser feito.
Ela adora surpresas, e você parece ter nascido pra se materializar na frente dela sempre que ela precisa de um abraço.
Isso é difícil de acontecer, um encaixe tão perfeito assim. Loucuras que se completam na medida certa pro delírio ideal, peles que liberam faísca cada vez que se tocam e bocas que conhecem perfeitamente o caminho que devem percorrer, num corpo que não é o seu, mas que lhe pertence quando se encontra a esse onde tua alma habita.
Então, meu rapaz... Você ignorou os avisos e se aproximou, agora sou eu que te digo: toma cuidado.
Reza a lenda que um dia é do caçador e outro da caça.

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Ancorar (?)

Ultimamente tem acontecido um fenômeno das âncoras, parece que as pessoas, de repente, decidiram buscar ~loucamente~ algo que as dê segurança.
E eu tenho me sentido, mais uma vez, na contramão do mundo.
Não que eu também não deseje segurança nas minhas relações, mas é que a âncora também me dá a sensação de peso, prisão, impossibilidade de locomoção... e isso me assusta!
Eu quero sim a tranquilidade de um amor que me abrigue, que me segure pra maré não me levar, e me proteja quando rolar uma tempestade nesse mar revolto que é o meu coração.
Mas eu não quero nada que me obrigue a ficar.
Muito menos quero viver alheia aos maus tempos, eles sempre me ensinam a navegar melhor. É aquela velha história: Mar calmo não faz bom marinheiro -ou algo desse tipo- sei lá.
Só sei que sou grata aos vendavais que me mostraram o quanto eu posso suportar, que não é qualquer vento forte que vai me tirar do prumo.
Minha liberdade é o que me faz ancorar ou abrir velas e seguir, minha bússola é o pulsar do meu coração, que nem sempre sabe se devo ir pro norte ou sul, mas sabe que eu preciso ir, ficar me faria afundar.

sábado, 18 de abril de 2015

Sem título.

Acho incrivelmente absurdo uma sociedade que mal lê rótulo de shampoo, se apegar a rótulos que são dados às pessoas.
Francamente... mais coerência, por favor!
Uma menina pode gostar de usar roupas de meninos e continuar curtindo caras, enquanto outra pode amar vestidos e saias e gostar mais ainda de outras meninas;
Aquela moça pode ser livre o suficiente, pra não achar que deve se prender a uma boca porque dividiu um beijo, mas ela pode sonhar com um casamento de vestido branco, véu e grinalda;
Aquele cara que parece ser desinteressado -e desinteressante- , pode perfeitamente escrever coisas lindas, nas noites que se imagina que ele esteja badalando por aí;
O que eu escrevo pode muitas vezes parecer ser o reflexo do que eu vivo, mas pode ser só o espelho daquilo que eu vejo, ouço... e sim, do que eu sinto.
Não dá pra saber, nunca dá.
Mas já que a sociedade gosta tanto de rotular, deviam começar a colocar umas plaquinhas do tipo: "Não cai nessa, é roubada" ou "Acredita nesse papo não, ele diz isso pra todas" e ainda "Ela não é pra casar, ela é pra amar!"
Mas não tem, nunca vai ter.
Então para de querer ler onde não tem nada escrito, se permite sentir, porque é esse o sentido de existir.
Ser pego de surpresa, sentir aquele friozinho na barriga, ou aquele arrepio que percorre o caminho -interminável- do dedinho do pé até a nuca...
Se não tem graça saber o final de um filme ou de um livro, imagina saber o que me espera depois do próximo beijo ou sorriso.
Nem rótulo, roteiro ou entrelinhas.
Eu gosto mesmo é da clareza das atitudes. Dos impulsos que me tomam, dos instantes que me roubam o fôlego e as palavras.

sábado, 4 de abril de 2015

Diariamente.

Todos os dias você pega o mesmo ônibus, no mesmo horário, faz o mesmo caminho, quase sempre com as mesmas pessoas.
Naquele dia foi diferente.
A chave prendeu na porta bem na hora de trancar, e aqueles dois minutos foram suficientes pra você perder o ônibus de sempre.
Mas veio outro - porque sempre vem - embora você já estivesse pensando na desculpa que ia dar no trabalho, já que o atraso era inevitável.
Então você sobe, paga a passagem, procura um lugarzinho pra repousar a sua pressa, senta, toma posse dos seus fones de ouvido e enfim relaxa, agora não tem mais o que ser feito.
Os seus olhos procuram alguma coisa pra se ater, mas só vagueiam entre as coisas e pessoas que passam rapidamente pela janela.
Nessa hora você não pensa em nada específico, na verdade você nem ouve atentamente o que tá rolando na sua playlist. É tudo muito automático. Como tem sido tudo no seu dia, há dias!

Eis que um vulto te chama a atenção e você olha. 
Não havia nada além de sombra e luz ali, mas os teus olhos foram atraídos e você não resistiu.
Quando você se deu conta, já era tarde. 
Aquele estranho já tomou a tua atenção por completo.
Começou a tocar aquela música que você nem gosta tanto, mas você nem se deu conta e muito menos se importou em mudar, porque só o que te interessa é saber alguma coisa desse alguém, que ainda não tem nome, mas que você deseja loucamente chamar pra perto.
Sem pedir licença, ele acelerou teu coração, te fez querer sentir o cheiro dele, tocar, guardar um pedacinho pra você.
O teu ponto de parada passou, e você só notou porque ele desceu na parada seguinte.
Sim, ele se foi. E você continua sem saber nada sobre ele, ele nem notou a tua presença ali, e isso foi o suficiente pra te deixar com um sorriso bobo o dia todo. 

Deixa eu te contar menina... Às vezes isso é tudo o que a gente precisa: mudar o caminho!
Existem tantas possibilidades, mas você não vê, porque decidiu que aquele é o melhor caminho, o melhor lugar. O mundo é tão vasto, moça. 
Há tantos sorrisos por aí, espalhados, só esperando pelo momento de esbarrar com a tua boca.
Não sei se você e esse estranho se verão outra vez, mas sei que teus olhos agora estarão mais atentos, sei também que os acasos serão mais bem vindos, e até os atrasos serão apreciados.

É que a vida tem dessas coisas, menina. Ela gosta de, constantemente, nos provar a sua efemeridade.
Ahhh, e como são gostosos esses efêmeros mergulhos em mar aberto, de forte correnteza, com nada pra se prender, sem terra firme pra pisar. Eles exigem leveza pra flutuar. E isso basta: leveza.

sexta-feira, 3 de abril de 2015

1/quarto

Um quarto.
Pode ser um cômodo ou metade da metade.
Sendo cômodo, pode ser onde se dorme ou onde se despertam os desejos.
Sendo metade da metade, pode ser justamente a peça que resta pro encaixe ser perfeito.
Quando lugar, vez ou outra é onde mais se quer estar, dentre todos os lugares do mundo.
Quando medida, acaba sendo quase nada perto de tudo o que falta pra ser completo.

domingo, 29 de março de 2015

"O desejo liberta o que o destino aprisiona."

Ela tava por aí, querendo abraçar o mundo de todas as formas, mas sem se prender a ninguém;
Ele tava ali, levando a vida como sempre fez, se prendendo só a quem não lhe prendia tanto assim.
Não sei ao certo o motivo, mas alguma coisa naquela indiferença chamou a atenção daquela que nem sempre foi tão atenta assim... E ela quis ter a atenção dele.
Mais do que isso, ela quis ser o foco da atenção dele, nem que fosse por alguns instantes.
Mas as coisas não saíram como ela planejou, se é que ela planejou alguma coisa, e ela não tinha tempo pra esperar o roteiro se ajustar, ela tinha urgência em viver todos os capítulos da sua história.
Esqueceram de avisar pra essa moça que a vida tem dessas coisas, que as pessoas entram e saem de cena quando menos esperamos, sem aviso prévio ou substituição de personagens, e é preciso jogo de cintura pra lidar com as mudanças, é preciso entrega pra se jogar, pra pagar pra ver, pra seguir adiante.
A vida seguiu.
Ela tava lá, abraçando quem chegava pedindo seu abraço, porque ela cansou de buscar esse "não sei o que, não sei onde", e decidiu aceitar aquilo que os dias lhe traziam;
Ele continuava por lá, esperto, atento, solto, mas parecia querer fazer ela se prender nas suas sutis armadilhas.
Acho que ele não esperava que ela fosse se esquivar com tanta maestria das suas táticas -quase- infalíveis.
Mas é que também esqueceram de avisar a esse moço que a vida ensina, e que ela aprendeu.
Ela aprendeu que antes de ser dele, ou de qualquer outro, ela precisava ser inteiramente dela mesma. Ela precisava saber que, na verdade, não é de ninguém.
Ela é das suas vontades, dos seus sonhos e desejos. Só ela entende a confusão em que às vezes se transforma.
Assim como um quarto, que quando tá bagunçado só quem habita nele sabe encontrar o que precisa, é aquela moça.
E agora eles estavam aqui, juntos, abraçados. Sem pensar no mundo ou em outros abraços, sem se prender, mas não querendo se soltar. Entregues, plenos, sem antes ou depois, só agora.
Ela foi pra lá;
Ele foi por aí.
A vida seguiu.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Sendo clichê.

Tem umas frases tão clichês que a gente ouve a vida toda, que acabamos não dando muito crédito a elas, o que é uma grande bobagem, porque se elas tiveram tamanha repercussão ao ponto de se tornarem frases feitas, alguma verdade há de existir nelas.
Então, esses dias eu venho sentindo na pele como é "estar numa multidão me sentindo sozinha".
É como se nada bastasse, como se absolutamente nenhuma presença intimidasse essa ausência bruta, essa saudade que se instalou aqui, e não há justificativa ou solução, porque essa saudade não tem nome, nem rosto. Ela só ocupa espaço. Um espaço que não é dela, mas que não pertencia a nada antes dela chegar. Então eu deixo ela ficar... deixo pra ver até onde ela vai, se me leva pra algum lugar ou se me paralisa. Sei lá, é que a solidão se acomodou de forma tão absoluta, que até a saudade estranha tem sido uma companheira bem quista.





terça-feira, 27 de janeiro de 2015

E... fim.

Não tem jeito, tudo tem fim.
Seja bom, ruim, mais ou menos, feliz, triste, ou sei lá... não vai durar pra sempre.
A vida é cíclica, graças à Deus!
Porque o que é ruim um dia acaba. Tudo bem, o que é bom também... mas é preciso.
A gente precisa se desfazer das roupas velhas pra ter onde guardar as que acabamos de comprar ; precisamos abandonar velhos hábitos pra aprender coisas novas; deixar de lado o que virou rotina, pra viver as novidades. E isso é bom! Pode acreditar!
É que a gente tem medo do novo, a gente gosta mesmo é de saber onde tá pisando, a possibilidade de ser surpreendido assusta, porque a gente é bobo o suficiente pra achar que tem o prumo da vida nas mãos.
Mas não temos não meu caro, nem eu, nem você.
Nós temos sim, o poder de escolherermos por onde seguir, mas querer saber detalhadamente o que nos espera mais a frente é prepotência demais!
Iniciar ciclos e fechá-los, essa devia ser a maior das nossas satisfações.
Saber que conseguimos começar e terminar um projeto, que temos capacidade de nos adaptar à situações desconhecidas, que podemos sempre superar nossas próprias expectativas, isso devia ser motivo de orgulho.
Mas nem sempre é, porque a gente tem medo.
A gente tem medo de dar a cara pra bater; de dizer que não sabe, mas que quer aprender; de assumir que nunca provou, mesmo que todo mundo já saiba que gosto tem; de tentar pela primeira vez, por causa do risco de errar. A gente sofre antes por uma coisa que nem devia doer, e quase nunca dói.
MUDAR!
Nascemos pra isso.
Nascemos, inclusive, encarando nossos medos, pena perder essa coragem ao longo dos dias...
Então faz assim, a cada mudança se permita nascer de novo um pouquinho, chore se for preciso, mas assim como você fez quando nasceu pela primeira vez, tenha coragem de dar sempre o primeiro passo, mesmo que isso signifique cair, pra levantar de novo, e de novo, de novo...
É preciso tirar os pés do chão pra conseguir impulso pra voar, e se faltar coragem: fecha o olho, respira fundo e vai!

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

O olho.

Alguma coisa naquele olho atravessou o meu, invadiu meu espaço, tomou conta do meu pensamento por dias, e eu me senti preenchida.
Chega a ser assustador quando o desconhecido te compreende tão bem, quando ali, naquele instante, o brilho do olho basta pra iluminar tudo em volta, quando palavras não fazem a menor falta, porque o silêncio é suficiente pra explicar tudo o que o momento significa.
E aí você se dá conta de que não sabe ao certo o que falta, mas tem certeza de que tudo o que precisa ta ali, naquele olho.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Indo...

Eu sei dos meus medos, conheço minhas limitações, respeito meus ‘traumas’, mas tenho encontrado coragem pra seguir em frente.
Se isso é bom ou ruim eu não sei, mas com os dias eu aprendi que se arriscar vale a pena quando é por algo que se quer realmente. E viver é o que eu mais quero.
É que a vida não espera...
Me proponho então a me entender com as minhas idéias, colocar certezas onde agora só existem dúvidas.
Não, isso não vai dar... por muitas vezes foi justamente essa falta de certeza que me fez ir em frente, então eu não posso deixar que essas dúvidas me larguem assim.
Quem tem segurança demais, em tudo, acaba perdendo a chance de conhecer o novo, desconhece a delícia que é sentir um friozinho na barriga diante das novidades, não sabe como é bom se reerguer depois de um tombo, se perde no caos, porque só sabe lidar com o que já estava programado.
Mas meus sonhos pedem mais, me pedem pra acordar e ir adiante, e eu vou.
Pego toda essa coragem e vou.
O maior dos meus medos é não ir. Ficar aqui, criar raízes, me prender a esse chão.
Eu nasci pro vôo, por isso eu vou.

Calma na alma..

A vida vai passando, as coisas vão acontecendo, tudo vai mudando... só não muda essa mania de achar que o controle das coisas pode estar nas mãos, que os ombros irão suportar o peso do mundo todo.
Mas aí Deus coloca uma pedrinha no meio do caminho, pequenininha, só pra rolar uma topada daquelas que tu olha pra cima questionando o "porque", e Ele te responde: "Porque sou eu quem decido teu caminho, sossega o coração e confia."
Essa sensação de impotência diante dos fatos é avassaladora, mas essa sensação de puder depender, absolutamente, daquele que nos criou é ímpar.
Então eu me aquieto aqui, deixo cair todas as lágrimas que meus olhos julgarem necessárias, esvazio minha alma de tudo que pesa e descanso meu coração nas mãos de quem conhece cada centímetro dele.
Talvez seja essa a receita da tão desejada calma na alma.