quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Sentir é fácil, quer dizer...não é não!
É difícil por que cada vez que sentimos é diferente,
É novo, os sentimentos não se repetem,
E por serem novos causam estranheza, normal,
Talvez até auto-defesa.
Mas depois que sente, entender que sentiu se torna simples,
Que sente! Porque pra entender o que ta sentindo é outra história...
Aí você quebra a cabeça, compara, pensa, analisa,
Descobre! Ufa, que bom...
Que bom, o que? Agora vem o pior, o mais difícil, falar o que sente.
Lá vem mais pensamentos, você planeja como vai dizer,
Onde vai dizer, mas quando chega na hora as palavras somem,
E quando aparecem teimam em não sair, dão um nó na garganta,
Se prendem lá por dentro.
E aí você solta, junta todas as forças e diz: ‘te amo!’
Nem dói...
Você então percebe que teus olhos já disseram isso faz tempo,
Tuas mãos moldaram, tua pele vestiu, você se perfumou com o cheiro desse amor,
Se enfeitou com ele, mas nem notou.
Ele deixou de ser estranho, peça nova,
Passou a ser parte do conjunto, a parte que faz o conjunto se mover,
Que deu sentido ao que antes era normal, agora é extraordinário,
O amor amplifica as coisas, ele é muito generoso, quer tudo do tamanho dele,
Nada desigual,
É, eu to vivendo num mundo de gigantes.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Perfeito Amor Incondicional

Hoje meu pai me pegou nos braços e saiu correndo comigo pela casa,
Disse que ia me jogar na piscina de roupa e tudo,
Tudo brincadeira, só pra tirar minha mãe do sério,
Como há muito tempo não fazíamos.
Foi tão bom!! Me senti a menininha dele novamente...
A que sempre que tinha algum medo corria pro colo dele,
Se escondia naquele peito largo, fechava os olhinhos e apertava-o,
Só pra saber que ele tava ali, e fazia isso até o meu medo passar.
Aii que saudade das inúmeras vezes que eu me joguei na cama dele ainda de meia voltando da escola,
Cheia de coisas pra contar, numa animação que só vendo!
E ele mesmo cansado de um dia inteiro de trabalho me ouvia atentamente,
E no final comemorava comigo minhas pequenas conquistas diárias.
Jogos internos da escola...Nunca tive o menor talento pra esportes, mas sempre gostei muito,
Ele mesmo sabendo que eu não levava jeito me apoiava, ia ver meus jogos de futebol,
Ahh que jogos! Ele vibrava a cada chute certo na bola,
E quando o jogo acabava me dava um abraço e dizia que eu tinha sido ótima. (Palavras carinhosas de pai, lógico.)
Na primeira vez que eu quebrei o braço ele tava lá comigo,
Me segurando nos braços e dizendo que logo a dor ia passar,
Breve eu estaria pronta pra outra.(E muitas outras vieram!)
Ele sempre gostou muito de cantar, e eu como uma boa ouvinte aprendi a gostar de boa música com ele,
Motivada pelo talento dele passei a cantar também, de um jeito meio torto, envergonhado, quase que calado.
Nunca vou esquecer da primeira vez que ele me ouviu cantar de verdade na igreja,
Quando meu nome foi chamado ele baixou a cabeça,
Encostou-a no banco e pensou: 'Ela não vai chegar até o fim, a vergonha não vai deixar.'
(Eu sei o que ele pensou, porque ele me contou depois.)
E não iria chegar mesmo, mas fechei os olhos e me imaginei no colo dele, protegida, então eu cantei,
Soltei a voz, quase não me ouvi, o medo me deixou 'demente',
Mas quando abri os olhos, automaticamente olhei pra os dele,
E brilhavam, brilhavam pra mim, por mim.
Ele se emocionou comigo, e eu senti um nó na garganta,
Mesmo assim continuei, fui até o fim, por ele.
Aprovação no vestibular...
Nunca vi meu pai tão feliz! Ele pulou, gritou aos 4 ventos que a filha dele havia sido aprovada,
Que eu havia conseguido, mas foi ele que conseguiu, conseguiu fazer de mim alguém que não desiste,
Alguém que busca sempre o seu melhor.
E é isso que eu quero ser, o melhor pra ele, sempre,
Porque é isso que ele é pra mim, o melhor pai do mundo.
Mesmo com todos os 'desentendimentos', eu sei que tudo que ele faz é pro meu bem,
Algumas vezes ele erra, mas ele é humano, tem esse direito, e eu entendo.
Porque eu to escrevendo tudo isso? Saudade.
Bateu saudade de deitar naquele colo, ouvir histórias e dormir tranquila,
E hoje é diferente, ele é quem esperar ouvir minha voz pra dormir tranquilo,
Espera saber que eu estou segura em casa pra se sentir em paz.
Ele é meu porto seguro, meu orgulho, meu pai.
O meu amor eterno.
Muita coisa tá mudando, e muitas outras irão mudar,
Eu vou sair do seu ninho, vou aprender a voar sozinha,
Vou conhecer muitos lugares, tem um mar de coisas pra viver,
Mas ele sempre será minha morada predileta,
Minha pista de pouso, meu ancoradouro.
Isso sim, permanecerá intacto.

sábado, 3 de janeiro de 2009

Confetes

Infelizmente tudo um dia passa,
Pessoas ficam na nossa história, mas saem do nosso cotidiano,
Deixam de ser trivial e passam a ser saudade.
Palavras escritas o tempo apaga, coisas ditas o vento leva,
Momentos são deixados pra trás, mas sentimentos permanecem.
Ficam guardadinhos como confetes,
Só esperando o sopro pra que voem livres novamente,
E esse sopro pode vir por uma palavra ouvida ou lida,
Por uma foto que trouxe uma recordação de tempos muito bons divididos com alguém especial,
Ou simplesmente pela falta que esse alguém te faz.
O bom de esses sentimentos serem iguais a confetes é que eles sempre serão úteis,
Porque como o carnaval esses momentos vão sempre voltar,
De cara nova, vestidos de forma diferente,
Mas com o mesmo objetivo, o de se tornarem eternos.
E eu quero mais é carnavalizar,
Jogar todos os confetes pro ar e viver em festa, viver pra lembrar, celebrar.
Quando chegar a quarta-feira de cinzas eu vou recolorir tudo outra vez.