domingo, 5 de junho de 2016

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O cacto é espinhoso, casca grossa, é difícil um contato tão próximo sem que marcas sejam deixadas. Vendo um cacto por fora, você não sabe ao certo como tá o seu interior. Quase ninguém chega lá pra saber, mas no interior de alguns tem água, muitas vezes são, inclusive, o único lugar com água quando tudo parece seco. Cacto é resistência, é persistência. Ser cacto é saber, que às vezes as flores são raras, mas que em algum momento elas chegam. É suportar tempos de seca, confiando que uma hora vai chover. É permanecer intacto por dentro, mesmo quando as condições externas querem atacar sua raiz. Ser cacto é nem sempre agradar quem te vê, mas ter a admiração de quem consegue te enxergar. É entender que a vida resiste, mesmo quando nada parece cooperar. Aguenta firme menino-cacto, que tá chegando a hora de brotar!

domingo, 1 de maio de 2016

Sobre ser (Im)perfeito.

Aquele dente inferior que é levemente torto, a cicatriz na sobrancelha, o sinal na perna, o dedo indicador discretamente maior que o da outra mão, a boca muito grande, o nariz muito pequeno...
Te fizeram crer que tudo isso precisa ser corrigido, pois não é normal ser assim, e não é bonito ser anormal.
Mal sabem que aquele dente transforma o teu sorriso em um acontecimento único, que aquela cicatriz faz do teu olhar a coisa mais incrível de ser admirada. Esse sinal é a marquinha mais charmosa que o teu corpo possui, o teu dedo indicador existe pra te indicar que ninguém é igual nesse mundo. A tua boca não podia ser menor, porque o espaço que o teu sorriso ocupa precisa ser cada vez maior. E brincar com teu nariz é a coisa mais gostosa que há. 
Ah menina... te fizeram crer que ser perfeito é tendência, esqueceram de te dizer que a perfeição tende a ser ilusão.