O silêncio mata.
Acho que podemos começar assim... porque é sobre isso que vamos falar agora: sobre morte silenciosa.
Foi silêncio desde o início - em quase todas as situações -, foi silêncio quando tudo o que eu precisava era barulho.
Só se fez som quando foi música.
E embalou momentos incríveis, deu voz ao que não sabia como se fazer ouvir, mas não bastou.
Eu, que sempre fui uma mistura de ruídos e sons, fui me calando aos poucos, fui empurrando garganta adentro coisas que eu queria gritar, fui me sufocando com tantas palavras que precisavam sair, mas que eu precisei segurar, porque você não as entenderia.
Tantas questões se fizeram nulas, porque as respostas teriam que vir de você, mas você não as diria, porque não achava necessário.
Aprendi com o tempo a respeitar o seu silêncio - constante, duro, preciso-, mas continuei precisando de barulhos, porque é disso que eu sou feita.
Então, assim, sem alarde, te deixo quietinho aí no seu canto e sigo. Não quero te perturbar, por isso tô saindo, é que não dá mais pra me calar.
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