segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Nós e NÓS.

A vida é uma corda infinita,
E a cada ponto um nó.
Alguns fáceis de serem removidos,
Outros nem tanto,
Mas sempre me dei muito bem com eles.
Sempre foram meu passatempo preferido.
Havia uns que era só puxar um pouco e pronto,
Soltavam!
De tempos em tempos surgiam alguns que prefiro nem lembrar,
Era praticamente impossível os desfazer,
Pelos menos usando os métodos que eu usava era sim.
E foi diante deles que eu fui mudando o meu modo de desatar,
Afinal de contas eu não me importava em mudar,
Me importava apenas em conseguir desata-los, e desata-los sem ajuda,claro.
Imagina se eu, logo eu, iria parar diante de um nó, jamais!
Eu me sentia muito capaz pra isso...
Fui pega pela palavra,
De repente me vi diante de um nó gigante,
Literalmente um nó cego, devia ter uns 20 graus de miopia,
Mais cega que ele fiquei eu quando o vi.
Não enxerguei logo a minha frente um moço que me oferecia ajuda,
Ele tava logo ali,
Mas o meu orgulho não me deixava ver.
E fui com tudo enfrentar aquele nó,
Até o momento o mais difícil que já havia aparecido,
Mas fui destemida,
Fui com todas as forças, e nada!
Tentei de todas as formas, e nada!
Bateu o desespero, eu não sabia mais o que fazer, eu não tinha a quem recorrer,
Eu não queria, não podia perder!!
E aquela voz que insistia em falar comigo mesmo sem a minha atenção me dizia:
‘Eu posso te ajudar, eu sei como desatar, você quer?’
C0ntinuei ignorando aquilo, eu era boa demais pra aceitar ajuda,
Auto-suficiente, sabe como é?
Pois bem, eu sabia...
E fracassei.
Acabaram as forças,
Os jeitos,
Recursos,
Trejeitos,
Joguei a toalha,
Entreguei os pontos,
Passei o chapéu,
Desabei.
A voz foi se aproximando, ficando cada vez mais perto, mais perto, perto, perto.
Calou-se.
Levantei pra ver onde tinha ido parar aquele que me estendeu a mão e eu não peguei,
E ele tava ali, do meu lado, me olhando,
Provavelmente observando minha cara de boba diante do nó desatado.
Sim, ele desatou o nó!
E não me pediu nada em troca,
Só me disse que seguisse,
E afirmou que jamais nenhum nó me deteria por muito tempo,
Se eu usasse o método certo é claro,
Humildade.
Pra errar e admitir o erro,
Perder e reconquistar,
Ferir e curar,
Ser ferido e perdoar,
Seduzir e se entregar,
Temer, mas não parar.
Pedi pra ele vir comigo, eu poderia precisar,
E ele sorriu e disse que não havia mais eu, ou ele, apenas NÓS.
Nós quando desatados por NÓS são mais simples do que quando eram desatados por mim.

3 comentários:

Elton disse...

Texto massa. Tem os nós da navegação tb...
UAHUAHUHAUHA
beijos

Anônimo disse...

Que nó seria esse hein?

mas não importa o nó... é melhor mesmo o Nós do que o Eu para desatá-lo.

Muito massa o texto

Augusto Medeiros disse...

Não preciso comentar teus textos, eles são perfeitos demais pra comentários.

Teamo!