domingo, 5 de junho de 2016
🌵
O cacto é espinhoso, casca grossa, é difícil um contato tão próximo sem que marcas sejam deixadas. Vendo um cacto por fora, você não sabe ao certo como tá o seu interior. Quase ninguém chega lá pra saber, mas no interior de alguns tem água, muitas vezes são, inclusive, o único lugar com água quando tudo parece seco. Cacto é resistência, é persistência. Ser cacto é saber, que às vezes as flores são raras, mas que em algum momento elas chegam. É suportar tempos de seca, confiando que uma hora vai chover. É permanecer intacto por dentro, mesmo quando as condições externas querem atacar sua raiz. Ser cacto é nem sempre agradar quem te vê, mas ter a admiração de quem consegue te enxergar. É entender que a vida resiste, mesmo quando nada parece cooperar. Aguenta firme menino-cacto, que tá chegando a hora de brotar!
domingo, 1 de maio de 2016
Sobre ser (Im)perfeito.
Aquele dente inferior que é levemente torto, a cicatriz na sobrancelha, o sinal na perna, o dedo indicador discretamente maior que o da outra mão, a boca muito grande, o nariz muito pequeno...
Te fizeram crer que tudo isso precisa ser corrigido, pois não é normal ser assim, e não é bonito ser anormal.
Mal sabem que aquele dente transforma o teu sorriso em um acontecimento único, que aquela cicatriz faz do teu olhar a coisa mais incrível de ser admirada. Esse sinal é a marquinha mais charmosa que o teu corpo possui, o teu dedo indicador existe pra te indicar que ninguém é igual nesse mundo. A tua boca não podia ser menor, porque o espaço que o teu sorriso ocupa precisa ser cada vez maior. E brincar com teu nariz é a coisa mais gostosa que há.
Ah menina... te fizeram crer que ser perfeito é tendência, esqueceram de te dizer que a perfeição tende a ser ilusão.
quarta-feira, 26 de agosto de 2015
Shhhh
O silêncio mata.
Acho que podemos começar assim... porque é sobre isso que vamos falar agora: sobre morte silenciosa.
Foi silêncio desde o início - em quase todas as situações -, foi silêncio quando tudo o que eu precisava era barulho.
Só se fez som quando foi música.
E embalou momentos incríveis, deu voz ao que não sabia como se fazer ouvir, mas não bastou.
Eu, que sempre fui uma mistura de ruídos e sons, fui me calando aos poucos, fui empurrando garganta adentro coisas que eu queria gritar, fui me sufocando com tantas palavras que precisavam sair, mas que eu precisei segurar, porque você não as entenderia.
Tantas questões se fizeram nulas, porque as respostas teriam que vir de você, mas você não as diria, porque não achava necessário.
Aprendi com o tempo a respeitar o seu silêncio - constante, duro, preciso-, mas continuei precisando de barulhos, porque é disso que eu sou feita.
Então, assim, sem alarde, te deixo quietinho aí no seu canto e sigo. Não quero te perturbar, por isso tô saindo, é que não dá mais pra me calar.
sábado, 4 de julho de 2015
Eu quero a sorte...
Desculpa Cazuza, mas não concordo contigo nesse anseio de um amor tranquilo, não vejo sorte nenhuma nisso!
Nunca quis, nem quero esse lance de calmaria no amor, soa azar, não sorte.
Pra mim, amor bom é aquele que tá sempre mudando,se renovando, tomando outras formas, mas sem perder a essência, claro. E não há tranquilidade nas mudanças, elas sempre exigem muito de nós, e isso é lindo: Se permitir!
Me dá arrepios só de imaginar uma vida igual, do início ao fim.
Saber o que vem pela frente, cada passo que será dado, o que será dado e como será recebido... Vixe, que chatice!
Eu quero mesmo é a sorte de um amor-amor, um amor que não pede nada em troca, que me aceita mesmo não me entendendo sempre, que se molda a mim e me faz caber no espaço que ele me dá.
Eu quero a sorte de saber amar.
quinta-feira, 7 de maio de 2015
De castigo.
Tô me sentindo uma criança mimada, e devo isso a você, obrigada!
Não que você faça todas as minhas vontades, longe disso... Mas é que no momento você é a maior delas, o brinquedo que mais tem despertado meu interesse, e é justamente o que eu não posso ter.
É como se todos os outros brinquedos estivessem se atirando aos meus pés, todos ali,ao alcance das mãos, disponíveis pra minha diversão.
Mas eu quero aquele que tá na prateleira mais alta, aquele que me foi vetado por um tempo...talvez por isso eu queira tanto!
A razão pouco importa agora, o importante é que você desça já daí, antes que o encanto acabe.
Ou que eu decida fazer birra e não queira mais brincar com você.
Não que você faça todas as minhas vontades, longe disso... Mas é que no momento você é a maior delas, o brinquedo que mais tem despertado meu interesse, e é justamente o que eu não posso ter.
É como se todos os outros brinquedos estivessem se atirando aos meus pés, todos ali,ao alcance das mãos, disponíveis pra minha diversão.
Mas eu quero aquele que tá na prateleira mais alta, aquele que me foi vetado por um tempo...talvez por isso eu queira tanto!
A razão pouco importa agora, o importante é que você desça já daí, antes que o encanto acabe.
Ou que eu decida fazer birra e não queira mais brincar com você.
domingo, 3 de maio de 2015
Fast Love
Estamos vivendo na era da agilidade, onde tudo precisa ser rápido e simultâneo, quanto mais prático, melhor!
E isso tem se estendido a tudo, inclusive ás relações... tenho visto muitas amizades que nascem numa noite e amores que surgem num beijo,
é tipo um fast food de sentimentos, quase um delivery de paixões.
domingo, 26 de abril de 2015
Com gelo, por favor!
Assim como uma bebida colorida num copo bonitinho, você atraiu minha atenção.
Me alertaram sobre os efeitos que a ~bebida~ podia causar, mas, como eu sempre tive uma certa "imunidade",
achei que valia o risco.
Provei. O gosto correspondeu ao que meu imaginário produziu diante daquilo que eu via.
Era um gosto forte, intenso, diferente de tudo o que eu já havia provado. Mas era bom.
Dei outro gole -"Só mais esse"- pensei inocentemente.
Me alertaram sobre os efeitos que a ~bebida~ podia causar, mas, como eu sempre tive uma certa "imunidade",
achei que valia o risco.
Provei. O gosto correspondeu ao que meu imaginário produziu diante daquilo que eu via.
Era um gosto forte, intenso, diferente de tudo o que eu já havia provado. Mas era bom.
Dei outro gole -"Só mais esse"- pensei inocentemente.
Não com a inocência de quem não sabe o que está fazendo, mas com a inocência de quem acha que conhece e domina todos os seus limites.
Quando me dei conta, já havia tomado metade da garrafa, e cada vez queria mais... só um gole vez ou outra já não satisfazia.
Me peguei pensando: "Vou esconder a garrafa, longe dos meus olhos não desperta minha vontade."
Se você já pensou assim alguma vez, me desculpe, mas não existe recibo maior de descontrole do que esse.
Só então eu percebi que já era tarde, eu estava viciada, e como todo viciado, eu queria uma dose cada vez maior.
Por isso eu tô aqui, admitindo que preciso de ajuda, porque eu sei que não posso me entregar ao vício ignorando os riscos, há muito em jogo pra se perder por uma ~garrafa atoa de uma bebida colorida qualquer~.
Quando me dei conta, já havia tomado metade da garrafa, e cada vez queria mais... só um gole vez ou outra já não satisfazia.
Me peguei pensando: "Vou esconder a garrafa, longe dos meus olhos não desperta minha vontade."
Se você já pensou assim alguma vez, me desculpe, mas não existe recibo maior de descontrole do que esse.
Só então eu percebi que já era tarde, eu estava viciada, e como todo viciado, eu queria uma dose cada vez maior.
Por isso eu tô aqui, admitindo que preciso de ajuda, porque eu sei que não posso me entregar ao vício ignorando os riscos, há muito em jogo pra se perder por uma ~garrafa atoa de uma bebida colorida qualquer~.
Mesmo que isso seja tudo o que eu quero no momento: me embriagar completamente, tomar um porre de você.
Mas é que depois do porre vem a ressaca... pra ela eu ainda não tô preparada.
Ainda não inventaram engov pro coração, e por mais que eu vomite no dia seguinte, você não vai sair totalmente de mim tão fácil assim.
Então agora eu sigo desse jeito, como um AA, dia após dia, vencendo a vontade do próximo gole.
Tô limpa, por hoje.
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