‘Uma só pessoa que carrega consigo tantas vidas,
Que delas não consigo dizer qual é mais sua.
Vidas feitas de lembranças e lembradas por feitos, vividos ou ouvidos,
Contados e cantados.
Pessoa que leva escondido tudo que lhe faz sofrer,
E que esconde de todos a dor que o levou a esconder.
Dor essa que por não compartilhar, só ele pode cessar.
É uma só pessoa.
Mas são tantas partes, partes que fazem o todo, e que transformam tudo que o cerca.
São olhos que refletem verdade, uma boca que só libera doçuras,
São ouvidos que ouvem as dores do mundo e por não dizer as suas,
Faz de sua pele um abrigo profundo.
Que protege o amor que ele traz no peito e os sonhos que planta no vento.
Mas um dia eles hão de vingar, e essa pessoa o que tem de mais bonito vai multiplicar.
Ele vai ter frutos, e neles semear o que de melhor lhes guardou,
O que em seu peito ele reserva pra quem um dia vai chegar e dele toda dor arrancar.
Esse peito vai ser preenchido com o que de mais belo no mundo já se encontrou,
O amor que dentro de si, em meio a tudo ele protegeu.
Vai ser o seu segundo nome, como é o de quem por toda vida só amou,
E só de amor viveu.’
Audrey Duarte
29/11/2009
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