segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Pra quem faz do amor seu sobrenome.

‘Uma só pessoa que carrega consigo tantas vidas,

Que delas não consigo dizer qual é mais sua.

Vidas feitas de lembranças e lembradas por feitos, vividos ou ouvidos,

Contados e cantados.

Pessoa que leva escondido tudo que lhe faz sofrer,

E que esconde de todos a dor que o levou a esconder.

Dor essa que por não compartilhar, só ele pode cessar.

É uma só pessoa.

Mas são tantas partes, partes que fazem o todo, e que transformam tudo que o cerca.

São olhos que refletem verdade, uma boca que só libera doçuras,

São ouvidos que ouvem as dores do mundo e por não dizer as suas,

Faz de sua pele um abrigo profundo.

Que protege o amor que ele traz no peito e os sonhos que planta no vento.

Mas um dia eles hão de vingar, e essa pessoa o que tem de mais bonito vai multiplicar.

Ele vai ter frutos, e neles semear o que de melhor lhes guardou,

O que em seu peito ele reserva pra quem um dia vai chegar e dele toda dor arrancar.

Esse peito vai ser preenchido com o que de mais belo no mundo já se encontrou,

O amor que dentro de si, em meio a tudo ele protegeu.

Vai ser o seu segundo nome, como é o de quem por toda vida só amou,

E só de amor viveu.’

Audrey Duarte

29/11/2009

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